Por Lilian Su Jung Huh

“Eu já tinha feito intercâmbio na Coreia, eu nasci no Brasil, mas sou descendente de Coreanos, então eu já tinha tido essa experiência na Coreia, já tinha viajado para os Estados Unidos, mas o Canadá mesmo era a primeira vez para fazer intercâmbio.

Eu escolhi o Canadá porque a gente queria tentar uma nova vida. Fazer o Pathway do College e depois tentar aplicar para a Residência Permanente. E por isso decidimos fazer College, ver se vamos gostar e termos essa opção de voltar para o Brasil, mas era mais para ter uma experiência nova e também tentar trilhar um caminho imigração. 

Sobre a vida no Canadá, é difícil ser imigrante, não é tudo o que a gente imagina, e você começa a valorizar as coisas do Brasil, mas realmente é muito bom morar em um país onde você não vive com insegurança da economia, na política, o medo constante de ser assaltado. Mas tem muitos outros desafios maiores.

Faz quatro meses que estamos aqui e agora que estamos conseguindo nos adaptar. Eu acho que demora uns três meses para você começar a se adaptar. Eu cheguei aqui um mês antes do início das minhas aulas, e foi uma ideia ótima porque me deu tempo para conseguir comprar tudo que eu precisava e também me adaptar a tudo. 

A cultura canadense é bem diferente da cultura brasileira, e por mais que o seu inglês esteja muito bom, não é só o inglês que vai te fazer a adaptar a cultura. Quando você chega em um país como imigrante você tem muita insegurança. E esse choque cultural acontece, a sua concepção sobre você mesma acaba mudando. 

Culturalmente com outros canadenses está sendo muito sossegado, eu vim com uma mente aberta de conhecer e respeitar a cultura deles, até porque eu sou a visita em um país novo, e se eu vim, terei de me adaptar à cultura deles, claro que respeitando a minha própria cultura. 

Uma das coisas que mais me marcaram foi conhecer pessoas novas. Você conhece pessoas de diferentes partes do mundo, e eu amo trocar experiências e ouvir a história de outras pessoas tem sido muito bom. 

O intercâmbio tem sido ótimo para a minha vida pessoal, eu já tinha visto alguns vídeos de outras pessoas sobre como o intercâmbio afeta. Eu vim com o meu marido pensando em fazer o Pathway da imigração e já tinha visto bastante conteúdo sobre isso, e sempre as pessoas falavam que a gente amadurece muito e a vida muda muito em pouco tempo. E realmente, tudo que vivi em três meses aqui, eu poderia ter vivido em cinco anos no Brasil. 

Todas as pequenas conquistas você acaba valorizando muito mais. Você acaba valorizando muita coisa do Brasil também e sua mente muda muito de uma forma positiva. Você acaba amadurecendo muito mais e tem sido muito bom.

Eu acho que no começo foi desanimador, a gente tem a ideia de que vamos vir do Brasil e vamos pegar um emprego inferior ao que tinha no Brasil, e isso pode ser desanimador, mas vai melhorar, e isso culturalmente muda, todos os tipos de trabalho são valorizados. 

O cargo que você tem não importa muito, é claro que estamos estudando para ter uma carreira aqui, mas o cargo não te define. É algo muito bom que aprendemos aqui e é muito bom ter uma mente mais aberta e não ter essa pressão social a todo momento. 

Por isso, uma dica que eu deixo para quem sonha em viver essa experiência é: não desanime! No começo pode ser difícil, mas as coisas vão melhorar.”